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terça-feira, 27 de julho de 2010

Curso de Musculação

Programa, o que você irá aprender:curso musculação
  • Periodização no Treinamento de Força
  • Prescrição do treinamento.
  • Índice de progressão
  • Sobre a Pressão Arterial
  • Sobre o peso e a composição corporal
  • Segurança
  • O potencial benéfico
  • Definição de força
  • Classificação de força
  • Descanso ativo
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Introdução ao curso de musculação:
Periodização no Treinamento de Força. (Musculação).
Periodização: o que é isso?
É o período ou temporada de treinamento pré-determinado, em que se encontra um indivíduo, possuindo etapas específicas durante o ano, com objetivos e conteúdos pré-estabelecidos e definidos para se chegar a um resultado final positivo.
Esta necessidade de períodos específicos baseia-se no fato de q o individuo não pode manter-se no seu máximo durante todo o ano ou período em que se treina. Portanto, existem 3 fases distintas que se caracterizam este processo de treinamento:
Desenvolvimento: obtenção de uma base geral de força das estruturas ósteo-mio-articulares sólidas para a melhoria do condicionamento físico do individuo.
Manutenção: estágio em que há uma conservação do ganho do nível físico adquirido, com a possibilidade de aumentar este nível, através a manipulação do volume e da intensidade do treino.
Diminuição: redução do volume e da intensidade do treino, evitando com isso um efeito deletério no organismo do indivíduo, chamado de sobretreinamento (overtraining).
A formulação de modelos para a periodização e estruturação dentro dos ciclos de treinamento de força, oferecem a possibilidade de superar erros e dificuldades de controle de conteúdo e de organização da própria atividade, além de eliminar muitos detalhes, simplificando o processo de treinamento, conservando as informações principais a que se refere o conteúdo e a estrutura do treinamento.
O treinamento de força, organizado de forma racional e científica, leva o indivíduo a uma otimização dos seus objetivos preconizados, chegando a um resultado positivo em um menor período de tempo.
Dentro do planejamento da periodização do treinamento de força, é importante objetivar dois períodos distintos de preparação:
Preparação Geral: tem como objetivo alicerçar e instaurar no indivíduo um condicionamento físico muscular geral, potencializando o nível de capacidade física do organismo pelo desenvolvimento e melhoria da força muscular geral, através um treinamento que visa preparar os grandes grupos musculares para um maior esforço posteriormente. Secundariamente, neste período de treinamento, os pequenos grupos musculares serão menos utilizados.
Preparação Específica: após um determinado período de tempo de treino, o professor poderá individualizar mais ainda este treinamento de força, já adicionando exercícios específicos para pequenos grupos musculares que o indivíduo mais gosta. Aumento qualitativo do treino. Uma maior concentração no trabalho específico do indivíduo no que diz respeito à técnica e a forma específica de execução do exercício assim como sua capacidade motora de execução. Lapidação motora do exercício.
O modelo de estruturação do treinamento provém dos seguintes componentes: melhoria dos índices funcionais mais importantes para a melhoria do condicionamento físico e objetivo do indivíduo; organização e planejamento do modelo do programa de sobrecarga de treino, necessidade para a sua realização.
O esquema lógico da construção da periodização do treinamento de força individual, deriva de uma planificação e organização semestral e/ou anual de treinamento.
A organização da sobrecarga de treinamento em cada período da planificação do programa de força, prevê a utilização do trabalho de força em blocos. Isto significa que, quando este efeito se realiza, desenvolve-se primeiramente a chamada preparação condicional geral, seguindo-se o princípio da separação dos volumes e intensidades das sobrecargas, criando com isso, condições favoráveis para uma profunda melhoria da preparação e do condicionamento físico do indivíduo, evitando-se com isso possíveis lesões futuras, já que se cria uma elevação do lastro fisiológico orgânico do indivíduo.
O conteúdo das sobrecargas de treino, ou dos blocos de preparação de força deve ser escolhido em função do regime de trabalho específico do aparelho neuromuscular e locomotor do indivíduo que executa o exercício específico.
A prática tem demonstrado que a periodização do treinamento de força segue um período de preparação básica, podendo chegar até 4meses, para que se estabeleçam as adaptações orgânicas estáveis no indivíduo e suficiente para conservar a capacidade de melhoria deste rendimento orgânico, evitando-se assim, futuras lesões ósteo-mio-articulares. Por isso, inicia-se pelo predomínio de trabalho de baixo volume e intensidade de treinamento.
As sobrecargas de treino não podem ultrapassar os valores e limites pré-determinados dentro da etapa específica de treino, pois não é adequado estimular desenvolvimentos de volume e intensidade de sobrecarga acima dos preconizados para evitar lesões, sendo necessário portanto manter o nível de capacidade de rendimento específico. Por isso que é desejável que se aumente periodicamente o volume e/ou a intensidade das sobrecargas de treinamento.
A força muscular refere-se à quantidade máxima de força ou tensão que um determinado músculo ou grupamento muscular pode gerar.
A potência muscular relaciona-se com a capacidade de gerar força muscular rapidamente. A potência é o produto da força muscular e da velocidade de movimento.
A resistência muscular refere-se à capacidade de sustentação de repetidas contrações musculares à nível aeróbio e/ou anaeróbio.
As respostas básicas fisiológicas ao treinamento de resistência e de força incluem:
O aprimoramento das capacidades de contração muscular para a força e resistência.
Aumento da massa muscular, massa óssea e da força do tecido conectivo.
A massa muscular aumenta-se basicamente devido através a um aumento do tamanho das células musculares (hipertrofia). Embora existam alguns estudos já sugerindo que o treinamento de força, possam aumentar o n° de células musculares (hiperplasia).
A força muscular aumenta devido à modificações no sistema nervoso que controla a contração muscular e através das mudanças verificadas no próprio músculo.
O melhoramento da valência física força, permite que a pessoa que se exercita complete um maior n° de repetições com uma determinada sobrecarga submáxima antes da fadiga muscular precoce.
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Prescrição do treinamento.
A prescrição para o treinamento de força inclui vários componentes que podemos destacar:
Volume de sobrecarga, intensidade de sobrecarga, freqüência de treino, nível e lastro fisiológico do indivíduo, razão estímulo/descanso, grupamento muscular solicitado para o trabalho, tempo livre disponível para o treino, metas e objetivos a alcançar pelo programa de treinamento, n° de exercícios, etc.
Os programas de musculação em circuito mostraram-se capazes de promover aumentos moderados na potência aeróbia (4% à 7%), assim como aprimoramentos significativos tanto na força quanto na resistência muscular.
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Índice de progressão
Os exercícios de treinamento de força devem progredir na medida em que ocorre a adaptação neuromuscular do indivíduo, esta progressão deve ser gradual e ocorrer durante o período de várias semanas ou meses para o aluno iniciante. Inicialmente os exercícios com baixa intensidade são recomendados para minimizar a sensibilidade dolorosa muscular e o risco de lesão ortopédica. A percepção do estado de esforço ao dar início a um programa de treinamento de força deve ser “confortavelmente pesado” para que haja a quebra da homeostase orgânica. Mais tarde, quando ocorrerem às adaptações, a percepção do esforço pode progredir para pesado ou muito pesado.
A periodização é uma forma efetiva e adequada de variar o volume e a intensidade do treinamento de força com o tempo. Um típico programa de treinamento de força periodizado inclui fases distintas: a fase inicial de treinamento, que geralmente consiste de exercícios com movimentos básicos e simples com volume e intensidade baixas preparando todo o organismo do indivíduo para um exercício subseqüente de maior volume de treino. Depois desse período de adaptação, temos o período chamado de manutenção muscular, onde se pode diminuir um pouco o volume de treinamento e aumentar um pouco a intensidade do mesmo.
O próximo período de treino é onde chamamos de fase de incremento e construção muscular, onde já é enfatizado um aumento tanto do volume quanto da intensidade do treinamento. O último período ou fase de treino pode chamar de redução do treino objetivando assim uma diminuição tanto do volume quanto da intensidade do treinamento, evitando-se assim lesões mioarticulares no indivíduo.
Após esta última fase, o ciclo de periodização pode recomeçar, sem nenhum problema.
Em qualquer dos objetivos almejados devem ser coerentes com as necessidades do indivíduo, adequadas as suas condições e plausíveis de serem alcançadas no período de tempo estipulado.
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Dentre os efeitos do treinamento de força, podemos citar:
Sobre o sistema cardiovascular
Bradicardia de repouso.
Bradicardia em esforços submáximos.
Aumento do volume sistólico e de ejeção.
Aumento do volume ventricular esquerdo.
Aumento da espessura da parede ventricular. (efeito compensatório do miocárdio ao aumento da pressão arterial oriundo da constricção provocada pelas contrações musculares).
Maior eficiência do conjunto de O2 pelo miocárdio.
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Sobre as doenças cardiovasculares e coronarianas
Menor índice de doenças vasculares coronarianas em indivíduos treinados anaerobiamente.
Redução de fatores de risco de doenças arteriais coronarianas vasculares.
Efeitos favoráveis na hipertensão arterial, dislipidemias, hiperlipidemias, hipercolesterolemias, hipertrigliceridemias, entre outros fatores de risco além do perfil fisiológico e aptidão física de indivíduos cardiopatas.
Nenhuma arritmia ou problema cardiovascular na aplicação do treinamento com pesos em cardiopatas na forma circuitada.
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Sobre a Pressão Arterial:
A elevação da pressão arterial depende da intensidade, volume (duração), e quantidade da massa muscular envolvida na contração muscular.
Aumentos da pressão arterial com trabalhos isométricos.
Redução da pressão arterial com trabalhos isotônicos.
O aumento da pressão arterial pode estar relacionado ao aumento da massa muscular devido ao uso de esteróides anabólicos androgênicos e do estado de sobretreinamento (overtraning).
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Sobre o peso e a composição corporal:
Aumento da massa corporal magra.
Redução da leitura das dobras cutâneas.
Redução da gordura corporal total.
Redução do peso corporal total.
Aumento da densidade óssea.
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Sobre níveis hormonais:
Aumento da liberação e produção da testosterona humana naturalmente pelo organismo.
Aumento da liberação e produção do Hormônio do crescimento humano.
Melhora da utilização dos hormônios contra-reguladores (catecolaminas) no organismo.
Melhora da utilização dos hormônios insulina e glucagon pelo organismo.
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Sobre a aptidão física e condicionamento físico:
Aumento da força muscular.
Aumento da resistência muscular.
Aumento da capacidade aeróbia.
Aumento da capacidade anaeróbia.
Aumento da flexibilidade.
Aumento da resposta ao estímulo da contratilidade muscular.
Maior capacidade de tolerância à acidose metabólica.
Melhora da coordenação neuromuscular e motora.
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Outros efeitos positivos:
Redução dos níveis de LDL e VLDL.
Aumento dos níveis de HDL.
Hipertrofia seletiva de fibras musculares, oriundas de diferentes tipos de indução de acordo com o volume e a intensidade dos estímulos.
Alterações fisiológicas favoráveis aos sistemas energéticos ATP-PC e glicolítico.
A prática docente do treinamento de força com pesos externos (musculação), é caracterizada pelo estilo de ensino de programação individualizada, onde se desenvolve um trabalho individual e totalmente personalizado, prevendo diferenças individuais nos 3 domínios (cognitivo, afetivo e psicomotor), havendo relativa independência, por parte de cada cliente/indivíduo, pois ele irá trabalhar e efetuar todo o seu sistema de treinamento dentro do seu próprio ritmo de condicionamento físico, desenvolvendo a iniciativa e a responsabilidade
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Os elementos didáticos ficam assim caracterizados
Professor:  exigido na elaboração e confecção do programa do indivíduo, assim como da verificação ideal e adequada da biomecânica apresentada pelo seu cliente.
Cliente: responsável pelo padrão do seu próprio rendimento e condicionamento físico.
Objetivos: formulados em termos de mudanças comportamentais.
Metodologia: baseado no princípio da individualidade biológica.
Conteúdos: sob a forma de programas individualizados.
Estratégias: sondagem/avaliação, determinação dos objetivos, elaboração do programa, execução do programa, controle das variáveis.
Incentivo à participação: envolvimento do indivíduo na formação dos objetivos.
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Vantagens do treinamento com pesos (musculação):
Trabalho totalmente individual: visa atender cada indivíduo dentro das suas necessidades, metas, objetivos, expectativas, ritmicidade de treino, etc.
Controle dos estímulos: é possível controlar os estímulos, como a amplitude do arco de movimento articular, sobrecarga de trabalho, ângulos de movimentos, tração, diferentes exercícios, ações musculares, tempo de descanso e recuperação, de forma mais completa q em outras atividades, evitando-se ainda choques, lesões e impactos sobre as estruturas ósteo-mio-articulares. A corrida por exemplo, provoca um impacto com o solo, que se reflete ao longo da coluna vertebral, de aproximadamente 4 à 5 vezes o valor do peso corporal, assim como a ginástica aeróbia de 3 à 4 vezes. Mesmo na caminhada este impacto onde vir a equivaler o dobro do peso corporal, não havendo como controlar.

Segurança: por haver este controle de estímulos de treino, obtem-se uma maior segurança da integridade orgânica.
Versatilidade: sob os aspectos dos efeitos obtidos simultaneamente, e também sob o aspecto da variedade e versatilidade de exercícios, o treinamento com pesos dentro da metodologia do treinamento em circuito, ele é altamente positivo para atletas e desportistas.
Obtenção de resultados em curto período de tempo: a força e a resistência muscular com essa forma de trabalho é rapidamente assimilável, num curto prazo de tempo no organismo do indivíduo.
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Rotina e periodização no treinamento de força.
A rotina de treinamento consiste em distribuir da melhor maneira possível o trabalho dos distintos grupos musculares em diversas sessões ao longo do microciclo de treinamento. Esta distribuição depende de vários fatores, tais como: tempo disponível para a prática da atividade física, disponibilidade de locais, lastro fisiológico (experiências) e nível de aptidão física do indivíduo, capacidade de recuperação, objetivos, metas, necessidades, etc…
A quantificação do treinamento de força pode ser regida pelos seguintes critérios:
Volume de exercícios por grupos musculares:
Iniciantes: 1 à 2.
Intermediários: 2 à 3.
Avançados: a partir de 3. Variação de exercícios de acordo com a necessidade e prioridade do indivíduo.
Volume de séries por exercícios:
Iniciantes: 1 à 2.
Intermediários: 2 à 3.
Avançados: a partir de 3. Variação de séries de acordo com a necessidade e prioridade do indivíduo.
Volume de repetições por séries de acordo com o objetivo:
2 à 4 repetições: ganho de força muscular máxima, sem grande incremento do aumento da massa muscular.
6 à 12 repetições: ganho de força muscular máxima, com grande incremento do aumento da massa muscular.
10 à 20 repetições: ganhos de força muscular, hipertrofia muscular e resistência muscular.
15 à 30 repetições: ganhos de resistência muscular.
Acima de 30 repetições: ganhos de resistência muscular, com incremento do trabalho de endurance.
O volume, as repetições e a intensidade de cada exercício, dependerá dos objetivos e metas almejados pelo indivíduo.
Intensidade de sobrecarga de peso por série de cada exercício.
Intensidade suficiente que promova certo grau de dificuldade para executar a quantidade de repetições prescritas em cada série de exercício.
A parte dos estudos e investigações científicas recaem sobre os programas de condicionamento físico de caráter aeróbio, relegando-se a segundo plano o treinamento contra resistência (musculação). Isto não quer dizer que o treinamento com pesos não surta efeitos positivos ao nível fisiológico, necessitando-se um maior número de estudos científicos, para esclarecer questões ainda conflitantes.
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Força de resistência (RML): capacidade física de resistir a fadiga local. Capacidade do corpo em suportar a força aplicada. Capacidade de realizar no maior intervalo de tempo, um determinado gesto neuromotor, sem a perda da eficiência neuromotora. É a expressão da habilidade do músculo ou grupo muscular em manter contrações de uma dada força por um dado tempo. Aptidão de um grupo muscular em realizar contrações repetidas contra uma sobrecarga externa ou manter uma contração muscular por um período de tempo prolongado.
A RML se difere da força (máxima) pelo volume de sobrecarga, pela quantidade de solicitação neuromuscular que é feita em relação à musculatura que é solicitada e utilizada para o exercício e que geralmente, o tempo de contração é mais prolongado, assim como o número de repetições, porém, com muito menor intensidade de estímulos.
Quanto a relação entre a potência muscular e a RML, já é sabido que a potência refere-se a maior quantidade possível de trabalho no menor tempo realizado, ao passo que a RML envolve o máximo de tempo possível em que se possa exigir determinada solicitação muscular, porém com um menor teor de intensidade de sobrecarga.
Dentro do treinamento de RML, pode-se considerar:
A fixação do tempo de execução do exercício e variar o n° de repetições e/ou então se fixar o n° de repetições do exercício e variar o seu tempo.
A força muscular refere-se à quantidade máxima de força ou tensão que um determinado músculo ou grupamento muscular pode gerar.
A potência muscular relaciona-se com a capacidade de gerar força muscular o mais rápido possível. A potência muscular é o produto da força muscular e da velocidade do movimento que é tão importante nas muitas atividades relacionadas com o esporte.
A resistência muscular refere-se à capacidade de sustentação de repetidas contrações anaeróbias do músculo em atividade.
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O potencial benéfico:
As respostas básicas fisiológicas ao treinamento de resistência incluem:
O aprimoramento da força e da resistência muscular, assim como o aumento da massa muscular (hipertrofia), massa óssea e da força do tecido conectivo. A massa muscular aumenta basicamente através de um aumento do tamanho das células musculares do indivíduo (hipertrofia muscular).
A força muscular máxima aumenta através de modificações no SNC que controla a contração muscular e através das mudanças verificadas no próprio músculo. O treinamento de resistência muscular pode aumentar o poder de excitabilidade das unidades motoras que podem ser ativadas em qualquer hora, da mesma forma que a freqüência desse acionamento das unidades motoras. Essas modificações neurais ocorrem no início do programa de treinamento, e são basicamente responsáveis devido a melhoria da propriocepção corporal do indivíduo e a melhora do gesto motor desportivo, que no caso seriam nos aparelhos de musculação dentro da academia, onde o indivíduo poderá com o tempo realizar uma melhor descontração diferencial, objetivando a contração muscular somente daqueles músculos ou grupamentos musculares solicitados basicamente pelo exercício proposto.
Quando a força muscular máxima do indivíduo aumenta, o percentual de força exigido para levantar um determinado peso submáximo, diminui. Com isso, podemos afirmar que o aumento da força muscular permite que o indivíduo que se exercita periodicamente complete um maior n° de repetições e/ou estímulos com uma determinada sobrecarga submáxima antes da fadiga muscular precoce, exatamente, por este possuir um lastro fisiológico maior.
O fortalecimento total do sistema ósteo-mio-articular e tecidual conectivo, resultante do treinamento de força muscular pode reduzir o risco de lesões em vários atletas, desportistas em geral e sedentários (que não serão mais, devido à prática da atividade física).
Dentro da prescrição do treinamento, a quantidade ótima de descanso permitido entre os exercícios depende das metas e objetivos do programa. Quando a meta do treinamento de força é potencializar e maximizar a força muscular, é importante permitir uma recuperação quase que total dos sistemas metabólicos energéticos que proporcionam energia para o treinamento de alta intensidade. Este sistema de energia, chamado de sistema energético imediato, depende principalmente do ATP e da PC e geralmente se recupera em 2 à 3 minutos após o exercício praticado.
A melhor freqüência de treinamento para um indivíduo sadio é controverso, e pode variar, dependendo de vários fatores como: nível de treinamento, grupamento muscular que está sendo exercitado, predisposição genética (hereditariedade), tipo de trabalho de força muscular, alimentação e suplementação nutricional adequada, descanso e recuperação do indivíduo, tipo de treinamento (adequação e interdependência volume e intensidade de treinamento durante os ciclos de treinamento), etc…
A intensidade do treinamento de força (força, potência e resistência), refere-se à quantidade de resistência utilizada e do n° de repetições completadas com aquela resistência. A intensidade de um exercício deve ser escolhida de acordo com base nas metas específicas do programa. O exercício de alta intensidade deve ser feito com base para maximizar a força muscular e o exercício de baixa intensidade e alto volume para a resistência muscular.
Cada método de sistema de treinamento de força, pode ser trabalhado de modo a concentrar a maior atenção seja na força muscular, na potência muscular ou na resistência muscular.
O treinamento de força muscular pode ser desenvolvido seja pelos exercícios isotônicos, isométricos e/ou isocinéticos.
Nos exercícios isométricos, estão associados ao aprimoramento de força somente ao redor dos ângulos articulares especificamente exercitados.
O treinamento de força isotônica também é específico ao percurso do movimento exercitado. Porém é recomendado o movimento dinâmico concêntrico e excêntrico em sua total movimentação do arco articular executado através deste percurso total de movimento de forma lenta e controlada, objetivando com isso um incremento na utilização das unidades motoras e uma diminuição das lesões futuras.
A medida em que se progride e ocorre uma adaptação orgânica no indivíduo, devido ao treinamento, é necessário que se realize reavaliações do seu programa.
Inicialmente os exercícios são de baixo volume e intensidade, para minimizar e diminuir a sensibilidade dolorosa muscular e articular, devido não mais a produção de lactato no organismo, e sim de microrrupturas miofilamentares actomiosínicas, evitando-se com isso o risco de lesões ortopédicas.
Se a meta e o objetivo principal do programa é adquirir o máximo de força muscular, a quantidade de peso a ser levantada pode ser gradualmente aumentada e o n° de repetições completado para cada exercício, diminuído.
Se a RML for a meta principal, o n° de repetições pode ser aumentado ou mantido constante enquanto a resistências e/ou o tempo de exercício aumentam, a progressão deve ser lenta e gradual, e ocorrer durante um período de varias semanas.
A percepção do esforço ao iniciar um programa de treinamento de força deve ser “confortavelmente pesado”. Mais tarde, quando ocorrerem as adaptações, a percepção do esforço pode progredir para pesado ou muito pesado.
A medida em que a força muscular é aprimorada, durante as semanas iniciais de treinamento, tanto o volume quanto a intensidade, podem ser aumentados, conforme desejado e logicamente de acordo com o lastro fisiológico de cada indivíduo e de acordo também que lhes seja confortável.
Um programa de exercícios bem elaborado deve incluir um aquecimento com alongamentos e/ou trabalho de flexibilidade (dependendo de cada indivíduo), um trabalho de condicionamento muscular, um trabalho de condicionamento aeróbio e a volta à calma (resfriamento corporal).
Como o tempo empregado no treinamento de exercícios é um fator primordial e importantíssimo para a aderência da atividade física pelo indivíduo, o programa total não deve durar mais que 1hora para os participantes novatos.
A medida que os participantes vão aprimorando a sua aptidão física, o programa pode exceder à uma hora quando houver disponibilidade também de tempo livre. O treinamento de força e o aeróbio podem também ser feitos em dias distintos ou não.
Uma vez atingidos os objetivos dos níveis satisfatórios de força e resistência muscular e capacidade aeróbia (geralmente entre 3 à 6meses), estes benefícios podem ser mantidos com uma freqüência reduzida de treino. Embora não seja recomendada a redução da freqüência de treinamento abaixo de 2 sessões de exercícios por semana.
É comum ocorrer uma estagnação e estabilização no desenvolvimento da força muscular após os primeiros meses de treinamento.
Torna-se então imprescindível uma reavaliação do programa de treinamento para que haja uma variabilidade deste programa com relação ao tipo de exercícios, do volume e intensidade, ao qual estão sendo executados se houver o desejo de mais aprimoramento da força e resistência muscular.
Portanto, é necessário e importante que se realize uma periodização do treinamento, pois é uma forma efetiva de variar o volume e a intensidade de sobrecarga de treino, com o tempo.
O programa de treinamento de força muscular (periodização), deve ser dividido em temporadas, devendo obter metas gerais e específicas para cada temporada de treinamento.
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Periodização:
É uma abordagem progressiva, sistemática e seqüencial do planejamento e organização do treinamento com todas as qualidades físicas biomotoras numa estrutura cíclica e/ou acíclica a fim de obter uma manipulação e um desenvolvimento ótimo das capacidades de desempenho de um indivíduo.

Objetivos na periodização:
Identificar as áreas corporais de prioridade de ênfase.
Separar “precisar fazer” de “é bom fazer”.
Preparar para o aprimoramento do desempenho ótimo.
Avaliação e reavaliação do programa de treinamento, aumentando expectativas de um processo e de um progresso de treinamento visando a atender a metas e objetivos.

Para qualquer período de treinamento ser eficaz, é necessário que contenha:
Um período de preparação, que consiste de um trabalho de condicionamento físico básico (geral), um período de adaptação ao treinamento, que consiste de um trabalho especializado que incorpora a dinâmica da articulação do programa propriamente dito e os exercícios específicos necessários, e um período de aplicação que consiste de um trabalho mais específico (especial), sempre dentro das metas e objetivos propostos pelo indivíduo.
É importante que o professor de Educação Física saiba que existam 3 possibilidades de efeito do treinamento, que são:
Imediato, residual e acumulativo, que é o efeito a longo prazo e meta final de todo e qualquer programa de treinamento. Porém, para que tudo isto de certo, o professor deverá focalizar seus conhecimentos fisiológicos em relação aos microciclos de treinamento, onde isto permitirá ao professor o conceito de preparação, adaptação, e de aplicação de cargas para o indivíduo, num período de tempo mais controlável.
É importante frisar que dentro da periodização do treinamento de força, as lesões podem acontecer, porém são previnidas através do total controle do processo de treinamento. O treinamento deve ser específico às exigências e objetivos por parte do indivíduo. É essencial a monitoração subjetiva da fadiga através da manutenção de registro e observação. Este envolvimento duplo entre o professor de Educação Física e o cliente da academia é de enorme ajuda na prevenção e controle das lesões.
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Definição de força:
Tudo o que modifica o estado de inércia. É o desenvolvimento da tensão. É a capacidade do indivíduo de exercer e impor uma tensão contra uma resistência controladamente por vontade própria e que depende principalmente de fatores mecânicos, fisiológicos e psicológicos, para conseguir atingir uma determinada meta. É a qualidade física que permite um músculo ou grupamento muscular produzir uma tensão máxima ou submáxima através a sua contração muscular e vencer uma resistência qualquer, na ação de empurrar, elevar e tracionar.
Classificação de força:
Força estática: tipo de força na qual a resistência se iguala a força muscular, não havendo portanto movimento. É desenvolvida durante a contração isométrica em que ocorre o encurtamento do elemento contrátil (actina/miosina) e o alongamento do elemento elástico, tecido conectivo (fibras colágenas), havendo então a manutenção do comprimento da força muscular.
Força dinâmica: a força que um músculo ou grupamento muscular pode desenvolver voluntariamente durante a evolução de um determinado movimento. Desenvolvida durante uma contração isotônica.
Subdivide-se em:
Força dinâmica isotônica concêntrica: relacionada a fase concêntrica da contração muscular isotônica, havendo o encurtamento dos elementos contrátil e elástico.
Força dinâmica isotônica excêntrica: relacionada à fase excêntrica da contração isotônica, ocorrendo o alongamento dos componentes elástico e contrátil.
Força explosiva (potência muscular): é o desenvolvimento da força por unidade de tempo.

Força:  é a capacidade de empregar o máximo de tensão numa única contração muscular isométrica de duração ilimitada. É a capacidade de utilizar a energia mecânica produzindo contração muscular que leva o segmento corporal a vencer uma resistência. É graças a esta qualidade física que conseguimos manter o nosso corpo e a nossa postura em equilíbrio e mesmo vencer sobrecargas máximas que nos deparam como resistências.
Trabalho muscular: é o resultado do produto da força, utilizada para deslocar um segmento ou uma resistência pelo espaço de tempo percorrido.
Potência: é o resultado da relação entre o trabalho realizado e o tempo consumido para tal. Ou ainda, o produto entre a força e a velocidade (P = F x V). É a capacidade máxima de produção de força do indivíduo, expressada ao tempo.
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 Fatores determinantes da força:
Fator natural: Diz respeito a funcionalidade dos motoneurônios e SNC quando exigidos.
Índice de codificação: a freqüência pela qual os motoneurônios descarregam os potenciais de ação.
Recrutamento de unidades motoras: seleção e ordem de ativação das unidades motoras.
Sincronização: sincronia das descargas das unidades motoras.
Fator muscular: Relaciona as seguintes propriedades das fibras musculares.
Velocidade da contração muscular.
Magnitude da força exercida.
Resistência à fadiga muscular.
Área de secção transversa muscular.
Fatores mecânicos:
Tipos de alavancas: interfixa, interpotente e interresistente.
Alternância dos braços de alavancas.
Ângulos de tração.
Linha de tração.
Fatores determinantes, influentes e/ou limitantes na força muscular:
Estado e grau de treinabilidade.
Estado e grau nutricional.
Estado e grau de descanso, repouso e recuperação.
Fadiga muscular.
Número de unidades motoras recrutadas.
Quantidade de estímulos.
Motivação psíquica e adequação psicológica.
Condição fisiológica.
Descontração total e diferencial.
Consciência corporal.
Coordenação neuromotora.
Estudos do movimento humano através à Biomecânica e Cinesiologia.
Temperatura corporal e ambiental.
Peso corporal.
Contração muscular.
Idade.
Sexo.
Estatura (altura).
Raça.
Tipo de fibras musculares em ação.
Tipo de treinamento.
Condição imunológica.
Disponibilidade de enzimas e substratos energéticos.
Componentes elásticos e contrateis do músculo.
Quadro álgico e inflamatório.
Conhecimento do esforço a ser realizado.
Conhecimento do exercício a ser realizado.
Nível de atenção e concentração.
Tempo necessário para recuperação do trabalho muscular.
Patologias ósteo-mio-articular.
O desenvolvimento da força muscular ocorre quando um indivíduo trabalha contra uma resistência externa em um determinado grau de movimento articular.
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Fase 1 do treinamento de força muscular:
O indivíduo reage ao estímulo do treinamento inicial. Esta fase é caracterizada pela sensibilidade dolorosa e rigidez durante os primeiros dias do novo programa de treinamento.

Fase 2 do treinamento de força muscular:
O corpo do indivíduo é submetido a inúmeras mudanças fisiológicas e biomecânicas com relação à eficiência, e o efeito é o desempenho aprimorado. Esta fase continua com pequenas flutuações, desde que o corpo tenha a capacidade de se recuperar e exista a variabilidade de exercícios. Se ajustada adequada e criteriosamente, é possível chegar ao pique do condicionamento físico em pouco tempo. Contudo, se as variáveis do exercício não forem manipuladas adequadamente, ocorrerá então a 3a fase.

Fase 3 do treinamento de força muscular:
O esforço proveniente do treinamento e/ou outros aspectos da vida do indivíduo se tornam tão grandes que ocorre a exaustão. O corpo não pode mais se adaptar para continuar a se beneficiar com o exercício e ocorre o excesso de treinamento ou sobretreinamento. O corpo pode falhar e não desempenhar bem ou predispor-se à lesões ortopédicas.
Organização do desenvolvimento do treinamento de força muscular:
Os programas de musculação dependem das seguintes variáveis com respeito aos exercícios:
Freqüência, volume (duração), intensidade, variabilidade e especificidade (ação muscular).
Estas variáveis devem se combinar para criar uma estrutura de treinamento ideal e adequada aos objetivos do indivíduo.
Descanso ativo:
É destinado a permitir que o corpo se recupere fisiologicamente mais rápido, utilizando neste pequeno período de tempo como um dos substratos energéticos o lactato, para se preparar para a repetição da próxima série de exercícios.
Os ciclos ou fases de treinamento podem ter de 4 à 6semanas de duração.
O desenvolvimento da força muscular para o desempenho desportivo deve ser o mais específico possível. Os exercícios e atividades da musculação devem estar relacionados com as exigências da tarefa atlética. Num ambiente de aptidão física generalizado, o indivíduo deve considerar os exercícios com pesos que envolvam todos os grandes grupos musculares.
Entre vários estudos sobre o treinamento de força, foi verificado o seguinte:
Os aumentos de força muscular máxima são diferentes dependendo do grau do nível de treinabilidade e do seu lastro fisiológico, isto é, os aumentos de força nos indivíduos com alto nível de treinamento de força anterior eram mais limitados e mais demorados, do que os aumentos de força naqueles indivíduos com baixo nível de treinamento anterior e em especial nos indivíduos não treinados. Além disso, os grandes aumentos de força, durante as primeiras 2 à 4 semanas de treinamento em indivíduos não treinados, existem principalmente devido a adaptações neuromusculares. A hipertrofia muscular como adaptação ao treinamento resulta de um longo prazo de treino, ou seja, com vários meses de duração.
É importante lembrar que não existe diferença histológica entre o tecido muscular estriado esquelético do homem e da mulher, por isso, é provável que com um treinamento adequado aplicado por um tempo suficiente se produzirá hipertrofia muscular nas mulheres.
O grau de hipertrofia muscular dependerá principalmente das metas e objetivos propostos pela periodização no programa de treinamento de força muscular, assim como da sua estrutura e muito mais provável dos fatores genéticos e hereditários.
Fatores mecânicos que influenciam no aumento da densidade óssea:
A sugestão original de que as forças biomecânicas e cinesiológicas podem provocar mudanças na estrutura óssea é conhecida como a Lei de Wolf. De acordo com esta lei, o osso se adapta ao estresse mecânico ou sobrecarga utilizada, aumentando a mineralização numa determinada região óssea para aumentar a sua força e suportar o esforço. O exercício coloca um esforço biomecânico adequado nos ossos através da contração muscular. Se a força da contração muscular for reduzida ou aumentada, o conteúdo mineral ósseo é afetado. Os efeitos biomecânicos no osso podem ser estudados observando-se os efeitos da inatividade física e sedentarismo e da atividade física no osso. A inatividade física resulta na perda da matriz óssea. O descanso prolongado na cama e a imobilização aumentaram a perda mineral e do volume ósseo em indivíduos saudáveis. Os astronautas, por exemplo, também demonstraram uma perda significativa na perda minerálica óssea devido à diminuição gravitacional e das forcas musculares durante o vôo espacial. Por outro lado, o exercício estimula o crescimento ósseo produzindo maior conteúdo minerálico e ossos mais espessos.
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Definições:
Força máxima:
Representa a maior força disponível que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração muscular máxima voluntária.
A força absoluta total é ainda maior do que a força máxima, pois ela representa a soma da força máxima e da força de reserva, mobilizada somente sob condições fisiológicas extremas (risco de morte, hipnose, etc…).
A força máxima dinâmica é a força máxima que o sistema neuromuscular pode desenvolver por uma contração muscular voluntária dentro de uma determinada seqüência de movimentos.
A força máxima estática é sempre maior que a força muscular máxima dinâmica, pois uma força máxima somente pode ser desenvolvida se a sobrecarga (limite) e a capacidade de contração muscular estiverem em equilíbrio.
A força máxima depende dos seguintes componentes:
Das secções transversais dos músculos.
Da coordenação intermuscular (coordenação entre os músculos que atuam como agonistas em um mesmo movimento e que trabalham juntos em um mesmo movimento).
Da coordenação intramuscular (coordenação esta de dentro do músculo).
Pode haver uma melhoria da força máxima através da melhoria de qualquer um destes componentes.
O emprego do treinamento da força máxima dinâmica isotônica concêntrica e excêntrica, provoca a curto prazo sobretudo um aumento da força devido à melhoria da coordenação intramuscular.
Os substratos metabólicos de alta energia (ATP-PC) desempenham um papel imprescindível e decisivo no desempenho da força muscular, uma vez que o período de tempo compreendido até o desenvolvimento da força muscular máxima é de alguns segundos e o treinamento para o desenvolvimento da força muscular máxima leva a um rápido acúmulo de lactato orgânico a nível muscular no interior da célula, e conseqüentemente há uma queda do desempenho para um nível submáximo.
Tipos de fibras musculares:
De acordo com diversos estudos bioquímicos o desenvolvimento do impulso inicial da força muscular, está diretamente ligada e correlacionada com o percentual de fibras de contração muscular rápida, contrariamente ao que acontece com o desenvolvimento da força muscular máxima, da qual participam as fibras musculares de contração rápida e lenta.
As fibras musculares de contração rápida (T2), podem ser subdivididas em: IIc, IIa, IIb. As fibras musculares do tipo IIb apresentam o menor tempo de contração e portanto a maior velocidade de contração, elas podem ser seletivamente desenvolvidas, através de um treinamento específico e com isto, determinados movimentos úteis para a força de velocidade.
Sob o termo força explosiva, entende-se a capacidade física de desenvolver uma força num curto intervalo de tempo, sendo o mais rápido possível um movimento explosivo, dependendo da sua velocidade de contração das unidades motoras das fibras de contração rápida, do n° de unidades motoras contraídas e da força de contração muscular das fibras musculares recrutadas.
Com pequeno incremento da resistência há o predomínio da força de velocidade (força rápida) com o aumento da sobrecarga há a mobilização da força explosiva e com sobrecargas maiores enfatiza-se o trabalho de contração da força muscular máxima.
A força de resistência é a capacidade de resistência à fadiga muscular precoce e periférica em condições de desempenho prolongado de força. A capacidade de força de resistência deve visar uma adaptação da função oxidativa das fibras musculares de contração rápida e lenta. Nesta adaptação incluem-se tanto novos processamentos neuromusculares bem como a formação de novas estruturas contrateis dos músculos.
O estado de desenvolvimento das diversas capacidades de força muscular (efeitos do treinamento) deve ser regularmente controladas e a reprodutividade do treinamento de força realizado deve ser devidamente documentada.
Tipos de trabalho muscular:
Trabalho muscular do tipo dominante: predominante na maioria dos movimentos desportivos, possibilita pelo encurtamento dos músculos, movimentar o próprio corpo ou ainda um corpo ou objetivo externo.
Trabalho muscular do tipo cedente: este presta-se à neutralização de saltos e à implementação dos movimentos.
Trabalho muscular do tipo permanente: presta-se à manutenção da postura corporal e de membros.
Trabalho muscular do tipo combinado: é caracterizado por elementos dominantes, cedentes e/ou permanentes
Treinabilidade: capacidade de assimilação de um tipo de período ou estímulo específico de treinamento.
Fibras intermediárias: são fibras musculares que não podem ser consideradas como fibras musculares de contração lenta, ST, T1 ou então de contração rápida FT, T2. Estas fibras musculares podem ser transformadas em fibras musculares ST ou FT, de acordo com o tipo de treinamento.
Imediatamente após um treinamento de força há um aumento da testosterona endógena, sobretudo, após um treinamento de força de alta intensidade.
Um treinamento de força não resulta em um aumento da força muscular apenas devido a mecanismos morfofisiológicos, mas também a fatores genéticos, hereditários, alimentares, recuperatórios e principalmente bioquímicos e metabólicos (aumento nas reservas de glicogênio, e de fosfocreatina), podendo com o treino adotado, um aumento de 20 à 75% dos substratos energéticos a base de peso corporal dentro das células musculares.
Conforme é previsto com o treinamento de força dentro das salas de musculação das academias, observa-se um aumento da força muscular pouco tempo após o início do treinamento de força muscular. Como um tempo tão curto não é suficiente para que haja um aumento da massa muscular que requer várias semanas ou meses de treino, atribui-se o aumento da força muscular a melhoria da capacidade coordenativa muscular, ou seja, há com isso uma somatização e otimização da coordenação intra e intermuscular. Com o decorrer do treinamento atribui-se um aumento da força muscular que ocorre em função do aumento da fibra muscular e da secção transversal da mesma. Comparando-se fibras musculares de mesma massa muscular e mesma secção transversal, desenvolve maior força aquela que apresentar uma maior capacidade coordenativa neuromuscular.
A melhoria da coordenação intramuscular deve-se à melhoria da inervação intramuscular, isto é, numa mesma contração muscular voluntária podem se mobilizar simultaneamente (sincronismo) um maior n° de fibras musculares. Um aumento gradual da força muscular ocorre em função de um recrutamento crescente de um n° cada vez maior de unidades motoras, sendo estas cada vez mais fortes. As unidades motoras mais fortes produzem e apresenta também uma maior freqüência de ativação e excitação neuromuscular.
A força muscular é inicialmente uma função linear com um coeficiente linear que denota grande velocidade de aumento da mesma. Num determinado ponto há uma mudança no declínio desta função, mudança do coeficiente angular o que denota menor velocidade de aumento da força muscular, até que esta atinja seu máximo. Cada ponto de transição implica o acionamento de um novo grupo de fibras musculares em direção à sua força muscular máxima. O treinamento através da melhoria da capacidade coordenativa tende a linearizar o aumento da força em função do tempo de treinamento.
A melhoria do aumento da estimulação da inervação intermuscular pode ser explicado devido à melhoria da coordenação dos grupos musculares, participantes de um determinado movimento em que tanto agonistas quanto antagonistas desempenham um importante papel. O trabalho torna-se mais efetivo e econômico em razão da melhoria da coordenação intermuscular.
Um indivíduo bem treinado, quando comparado à um sedentário mobiliza para um determinado movimento não somente os músculos relevante para o movimento, como também a intensidade adequada para a realização de tal tarefa.
A hipertrofia muscular deve-se à hipertrofia (aumento do tamanho) de cada fibra muscular isoladamente, devido ao aumento das miofibrilas e de sua secção transversal. Entretanto, deve-se notar que os diversos tipos de fibras musculares tipo 1 (ST) e tipo 2 (FT(IIa, IIb, IIc)) são diferentemente requisitadas, de acordo com o tipo de exercício, o volume e a intensidade de treinamento. O treinamento com baixa intensidade estimulam quase que exclusivamente as fibras musculares do tipo 1. Em treinamento de intensidade intermediária, as fibras musculares do tipo 2 passam a ser gradualmente requisitadas e estimuladas (primeiramente a IIc, seguida pela IIa e finalmente IIb, sendo esta última a fibra muscular mais rápida e mais forte do organismo humano).
Com sobrecargas acima de 75% da força muscular máxima são mobilizados igualmente todos os tipos de fibras musculares. A hipertrofia muscular é também atribuída além da intensidade adequada de treinamento, o limiar crítico de tensão, e a uma maior biodisponibilidade de ATP por unidade de tempo e por célula muscular excitada.
As sobrecargas ideais de treinamento para um aumento da massa muscular são aquelas que permitem um n° máximo de 10 repetições. Se há um aumento da força muscular devido à melhoria da coordenação intra ou intermuscular ou devido ao diâmetro (secção) transversal deste músculo, e vai depender também o tipo de treinamento e de seu método de uso.
Da mesma forma, a especificidade de um treinamento, determina qual tipo de fibra muscular será requisitada com maior intensidade e de que forma.
O treinamento de força muscular deve ser executado de acordo com seus objetivos gerais e específicos, incluindo estímulos de acordo com estes objetivos. Volume baixo, médio ou alto, intensidade baixa, média ou alta, velocidade de movimentação, etc…
A hipnose provoca um aumento de 10% da força muscular máxima em atletas treinados (elite) e de até 35% em pessoas não treinadas.
Estudos observaram uma variação media de 5 à 15% da força muscular ao longo do dia. A força muscular máxima foi observada na parte da manha e a mínima à noite. Deve-se entretanto, considerar que o condicionamento de treinar à noite pode fazer com que este seja o período de maior força, devido a continuidade e especificidade do treino a esta hora.
De modo geral, pode-se dizer que a força muscular rapidamente adquirida pode ser rapidamente perdida, enquanto que a força muscular lentamente adquirida (pelo menos 1 ano de treino) é lentamente perdida. Sob intenso repouso, um músculo pode perder até 30% de sua força muscular em uma única semana.
Adicionalmente, foi observado que se a força muscular adquirida não se deve somente a uma melhoria da inervação das unidades motoras, mas a um aumento de massa muscular, ela pode ser mantida por um período maior de tempo.
O efeito do treinamento também deve ser considerado em função do nível inicial de condicionamento físico. O maior índice de força muscular ocorre no início do treinamento. Conforme se aproxima de um melhor nível de aptidão física que o indivíduo consegue adquirir, o nível de ganho do crescimento de força muscular cai drasticamente, ou seja, quanto mais treinado, menos treinável fica o indivíduo.
Por esta razão, o desenvolvimento da força muscular pode ser dividida em 4 etapas distintas:
Força muscular inicial: força muscular máxima no início do treinamento.
Força muscular relativa: força muscular máxima durante o processo de treinamento.
Força muscular limite: força muscular máxima individual atingida após interrupção do treinamento.
Força muscular final: é o ápice do desempenho de força muscular máxima que um indivíduo pode possuir.

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Manual de Interrogatório

Programa, o que você irá aprender:interrogar
  • DEFINIÇÕES
  • CONTROLE E TRATAMENTO DE PRISIONEIROS
  • INTERROGATÓRIO DE CONTRA-INFORMAÇÃO (DE SUBVERSIVOS)
  • PSICODINÂMICA DO INTERROGATÓRIO
  • INTERROGATÓRIO ATRAVÉS DE UM INTÉRPRETE
  • CONCLUSÕES (Enxerto)
  • O PROCESSO DE INTERROGATÓRIO
  • MÉTODOS COMUNISTAS DE INTERROGATÓRIO E DOUTRINAÇÃO
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Introdução ao manual de interrogatório:
a. O prisioneiro representa uma fonte potencial de valiosas informações sobre um inimigo, a cujas hostes pertenceu até bem pouco tempo. Sob certas circunstâncias, pode ser a única fonte, ou pelo menos a principal delas. A exploração dessa fonte exige considerável habilidade e deve ser atribuída a interrogadores treinados e, apenas em limitadas circunstâncias, à equipe que aprisionou o indivíduo.
b. O valor e a extensão da informação obtida de um prisioneiro depende não só da habilidade do interrogador, como também da velocidade com que o prisioneiro lhe foi apresentado e da eficiência do órgão que controla e orienta o interrogador
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DEFINIÇÕES
a. Há muita confusão quanto ao significado dos termos LAVAGEM CEREBRAL e DOUTRINAÇÃO e seu relacionamento com o interrogatório. As
seguintes definições devem ser, portanto, bem entendidas.
1) Lavagem Cerebral – “É a limpeza da mente de todas as idéias anteriores, por uma persistente e intensiva pressão psicológica, que culmina pela substituição daquelas idéias por outras, normalmente, com a finalidade de tornar o indivíduo dócil e desejoso de confessar crimes imaginários em um julgamento público”. O mais conhecido exemplo desse processo, nos recentes anos, foi o caso do cardeal húngaro MINDSZENSKY.
2) Doutrinação – “Inocular com uma doutrina, idéia ou opinião”. A doutrinação de prisioneiros de guerra tem sido levada a efeito, em vários níveis, pelos norte-coreanos e chineses, com o pessoal que aprisionaram durante a guerra coreana, numa tentativa de convertê-los ao comunismo.
3) Interrogatório – “É a extração sistemática de informações de um indivíduo”.
b. Torna-se patente, dessas definições, que o interrogatório é o único desses processos que está realmente relacionado com as informações, enquanto que a lavagem cerebral e a doutrinação estão relacionados com idéias que são colocadas na mente do paciente. Torna-se evidente, pois, que o interrogatório é o único desses processos que tem valor para as Informações.
c. O objetivo do interrogatório é obter informações corretas e oportunas.
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3. GENERALIDADES
a. Tipos de Prisioneiros em Operações Militares
Há três tipos de indivíduos que apresentam problemas para o interrogador:
1) O Prisioneiro de Guerra. Normalmente, um soldado é treinado para informar, somente, seu número, posto (ou graduação), nome e data de nascimento. Mesmo se ele falar, isto não alterará sua situação de PG. O problema do interrogador é fazê-lo falar.
2) O Suspeito. O suspeito está numa posição diferente de um prisioneiro de guerra. Ele foi selecionado para interrogatório em virtude de algo que se conhece a seu respeito ou de alguma coisa que haja praticado. Se ele puder convencer o interrogador de sua inocência, será libertado. O problema do interrogador é fazê-lo falar a verdade.
3) O Desertor ou Refugiado. O desertor (ou refugiado), normalmente, contará um estória muito colorida porque quer causar boa impressão, ou porque queira melhorar suas chances de começar uma vida nova. O problema é separar informações verídicas dos exageros e das invencionices. (Obs.: Tipos de prisioneiros nas operações de Segurança Interna – ver n.° “5. d”).
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b. Métodos de obtenção de informações
1) Há três método básicos para se obter informações de um indivíduo:
- Pelo interrogatório direto;
- Pela monitoração; e
- Pelo uso de informantes nas celas.
2) O interrogatório direto é o único desses que pode ser usado independentemente, enquanto que os outros dois métodos tem de ser usados conjugados com o primeiro.
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c. Segurança
As informações obtidas de um interrogatório devem ser manipuladas com cuidado e classificadas como sigilosas (reservada, confidencial ou grau mais alto). Estas precauções são necessárias para proteger as fontes e evitar prejuízos futuros para as mesmas.
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 d. Interrogatório em Operações Militares

1) Há quatro fases de um interrogatório a saber:
- questionário tático;
- interrogatório primário;
- interrogatório secundário; e
- interrogatório detalhado.
a. Questionário Tático. É o interrogatório imediato levado a efeito pelas unidades, logo após a prisão. Deve ser limitado, apenas, à identificação do prisioneiro e às informações de valor tático imediato para o prosseguimento das operações. A equipe deve preparar um relatório de captura e encaminhá-lo, de imediato, ao escalão superior, junto com o prisioneiro.
b. Interrogatório Primário. É o interrogatório levado a efeito por investigadores treinados do escalão superior, no nível Brigada. Este trabalho poderá contar com o esforço de equipes especializadas (do Serviço de Interrogatório das FFAA) destacadas pelo escalão superior. O interrogatório, durante esta fase, deve ser reduzido às imediatas exigências do nível considerado e completado dentro de 12 horas após a captura. A seleção para interrogatórios posteriores deverá ser feita nessa oportunidade.
c. Interrogatório Secundário. O interrogatório secundário é levado a efeito por uma Unidade do Serviço de Interrogatório das FFAA (USIFA ou “JSIU”), no nível C Ex ou Força singular. A USIFA dispõe de interrogadores da Marinha e da Força Aérea, para o trabalho com os prisioneiros das forças inimigas correspondentes. Um organograma típico de uma USIFA é encontrado no Anexo n.° 2. Para a maioria dos capturados este será o interrogatório principal e deve ser completado dentro de 4 a 48 horas de sua captura.
d. Interrogatório Detalhado. Os prisioneiros que tiverem informações de valor científico, econômico, técnico ou estratégico, devem ser selecionados para um interrogatório detalhado no Centro de Interrogatórios Detalhados das FFAA (CIDFA ou “JSDIC”), localizado no QG do TO ou na Zona de Interior. A seleção será feita durante o interrogatório secundário e não há limites para o tempo que se possa dedicar a essa fase.
2) Interrogatório de Suspeitos. Os suspeitos devem ser interrogados por elementos de contra-informação. Aqueles que forem de particular importância podem ser interrogados nas USIFA ou CIDFA, por oficiais do Serviço de Segurança.
3) Desertores. Ainda que não estejam na mesma categoria dos PG, devem ser interrogados durante as duas primeiras fases citadas anteriormente.
4) Atualização. Os órgão de informações são responsáveis pela
completa atualização dos interrogadores, tanto sobre o inimigo, como também sobre suas próprias necessidades em informações. Essa atualização deve ser efetuada com freqüência, de forma que os interrogadores estejam completamente a par da situação corrente.
5) Relatórios. As informações obtidas mediante interrogatório devem ser remetidas aos órgãos de informações, tão rapidamente quanto possível. As informações urgente podem ser transmitidas verbalmente e, se necessário, confirmadas por escrito, posteriormente. Os relatórios devem ser feitos de forma sucinta e clara e, sempre que possível, devem acompanhar o prisioneiro em sua próxima fase de interrogatório.
6) Prioridades. Haverá ocasiões em que são capturados mais prisioneiros do que a agência possa manipular. Será, então, responsabilidade da agência decidir por uma prioridade de interrogatório em relação aos prisioneiros.
7) Administração. A administração de PG é uma responsabilidade do EM administrativo e não dos interrogadores. É essencial, para assegurar que os PG sejam imediatamente interrogados após a captura, que haja uma ligação estreita entre a agência de informação e o EM administrativo. Instruções detalhadas sobre a administração de PG são encontradas no manual “Administração no Campo”.
8) Convenção de Genebra. Todos os PG devem ser tratados de acordo com os termos da Convenção de Genebra de 1949, ratificada pela maioria dos países, inclusive o Reino Unido. Os pormenores do estatuído na referida Convenção são encontrados na publicação “Regulamento para a Aplicação da Convenção de Genebra de 1949 e para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra” e no “Manual de Legislação Militar (Parte III)”.
9) Documentos inimigos capturados. Os documentos inimigos capturados podem ser classificados em duas categorias:
a) Documentos pessoais dos prisioneiros. Esses documentos devem ser retirados dos prisioneiros e etiquetados, de forma que possam ser facilmente associados a eles, e devem acompanhá-los, desde o início, dos pontos-decoleta até os centros de interrogatório.
b) Documentos capturados nas posições inimigas, em aeronaves ou navios inimigos destruídos. Esse material deve ser etiquetado na mesma hora e local em que foi encontrado, e deve ser enviado com urgência à agência de informações mais próxima da força singular correspondente, ou a um centro de interrogatórios, para que sejam devidamente processados, conforma as NGA em vigor.
Instruções minuciosas sobre o manuseio de documentos capturados são encontradas no “Manual de Informações Militares”. Podem surgir situações em que, devido à sua importância, o encaminhamento daqueles documentos terá prioridade sobre os interrogatórios.
10) Equipamento capturado. Todas as frações de tropa, em campanha, são responsáveis pela transmissão de informações sobre o armamento e o equipamento do inimigo. O dever de todo combatente e capturar tudo o que for possível. O material capturado deve ser evacuado para o QG do C Ex, sob os cuidados do pessoal de informações, onde será examinado por pessoal especializado. Os equipamentos muito volumosos, que não permitam evacuação, deverão ser deixados sob guarda; um relatório contendo sua localização e descrição rápida deve ser enviado através do canal de informações. Instruções minuciosas para manuseio de equipamento capturado serão encontradas no “Manual de Informações Militares”.
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e. Interrogatório em Operações de Segurança Interna
1) Em uma operação de segurança interna os interrogadores podem defrontar-se com uma grande variedade de prisioneiros, desde os integrantes de organizações estudantis de propaganda até de grupos terroristas, ou organizações pára-militares.
2) Os prisioneiros estarão normalmente sob controle policial e os interrogadores atuarão em conjunto com ou como parte do Sistema de Informações. Para atender o problema de maneira ideal, devem ser organizados centros e equipes de interrogatórios nas áreas.
3) A liberdade de atuação dos interrogadores deverá estar subordinada ao prescrito em leis e regulamentos, e delimitada por diretrizes emanadas das autoridades responsáveis pela Segurança Interna.
4) Diferentemente dos interrogatórios durante as operações militares, os relativos às operações de segurança interna são, normalmente, divididos em duas fases:
- questionário inicial; e
- interrogatório detalhado no Centro de Interrogatório da área.
5) Questionário Inicial. Normalmente, os indivíduos são presos como o resultado de uma ação por eles praticada, devido a informações conhecidas sobre eles ou em função de operações de busca ou de limpeza de área. Eles podem ser interrogados, inicialmente, por elementos de operações especiais, por policiais ou mesmo por elementos das unidades que os capturaram. Da mesma forma que no questionário tático (Fls. 3) das operações militares, o questionário inicial deverá limitar-se ao mínimo essencial, necessário ao prosseguimento das operações, e esse procedimento regulado por normas do escalão superior. (De qualquer forma, no nosso caso, deverá ser realizado por elementos especializados, os quais não deverão tomar parte nas operações de captura, ou outras de natureza policial-militar. O princípio da oportunidade impõe, como limite de duração desse questionário, que, de 6 a 8 horas após a captura, o prisioneiro esteja dando entrada no Centro de Interrogatório da área).
6) No Centro de Interrogatório Detalhado da Área. Este é o interrogatório principal para os elementos selecionados para um trabalho mais detalhado. (E realizado por elementos altamente especializados). Será, normalmente, dirigido por um oficial de operações especiais da Polícia e poderá contar com interrogadores militares.
7) O problema mais importante é o da TRIAGEM inicial, que é uma responsabilidade do elemento encarregado do questionário inicial; entretanto, todo interrogador deve estar preocupado no prosseguimento da triagem, em todos os níveis.
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f. Fatores Legais
Os seguintes fatores legais devem ser considerados:
1) As informações obtidas em interrogatório não terão validade nos tribunais, caso haja evidências de que foram obtidas através de coação. Se um indivíduo vai ser processado, deve, em primeiro lugar, ser manipulado por criminologistas ou elementos fadados da polícia, isto é, ele só prestará depoimento depois de advertido de sua situação. Este procedimento retardará e pode inibir o sucesso do interrogatório. Em conseqüência, deve ser decidido pelo Governo qual a prioridade a ser dada à utilização dos elementos capturados ou presos, isto é, se dirigida ao processamento judicial, ou se voltada para os interesses das Informações. (Se o prisioneiro tiver de ser apresentado a um tribunal para julgamento, tem de ser tratado de forma a não apresentar evidências de ter sofrido coação em suas confissões. Por outro lado, a lei limita o prazo de incomunicabilidade do prisioneiro).
2) Pode haver um limite de tempo dentro do qual os prisioneiros tem direito a ver um advogado.
3) As forças militares podem manter um preso somente por um período limitado de tempo, antes de encaminhá-lo à polícia.
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g. Atualização e Relatórios
Muitos órgãos do Governo, além da polícia e das FFAA, podem estar interessados na obtenção de informações através de interrogatórios. Essas necessidades, para isso, devem ser transmitidas aos interrogadores em ordem de prioridade. Da mesma maneira, os interrogadores devem estar alertados de que seus relatórios poderão ser enviados a agências não militares e, em conseqüência, devem evitar o uso de terminologias e abreviaturas militares, não familiares para aqueles órgãos.
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CONTROLE E TRATAMENTO DE PRISIONEIROS
a. Introdução
O correto manuseio e questionário inicial de prisioneiros terá como
objetivos:
1) assegurar o cumprimento das prescrições governamentais quanto ao tratamento dos prisioneiros;
2) extrair alguma informação de valor tático imediato, a qual perderá oportunidade se obtida com retardo, até que se disponha de um interrogador especializado;
3) assegurar o encaminhamento do prisioneiro à autoridade responsável por sua custódia, em condições (física e de oportunidade) de conduzir ao sucesso do interrogatório.
b.A Convenção de Genebra
1) Os princípios básicos, para o tratamento de pessoas sob prisão ou detenção, durante as operações de segurança interna, estão contidos no Artigo
3 da “Convenção de Genebra, relativa ao Tratamento de Prisioneiros de Guerra”. Estes princípios devem ser observados.
a) Pessoas que não estão tomando arte ativa nas hostilidades, inclusive os membros das Forças Armadas que abandonaram as suas armas e aqueles postos fora de combate por doenças, ferimentos, detenção, ou qualquer outra causa, deverão ser, em todas as circunstâncias, tratados com humanidade, sem nenhuma distinção baseada na raça, cor, religião ou fé, sexo, riqueza, nível social, saúde ou outros critérios similares.

b) Os seguintes atos estão proibidos:

(1) violência contra a vida e pessoa, em particular assassinato, mutilação, tratamento cruel e tortura;
(2) atentados contra a dignidade pessoal, em particular a humilhação ou o tratamento degradante.
2) Sob condições de emergência, ou próximo a elas, o Governo pode modificar estes critérios e adotar uma legislação diferente para o tratamento de capturados. O pessoal responsável pelo manuseio de presos ou detidos deverá tomar conhecimento prévio destas instruções.
c. Tratamento de prisioneiros
1) Desde o momento da captura deve ser adquirida a ascendência moral sobre o preso. Os prisioneiros devem ficar impressionados por se sentirem em mãos de autoridades firmes, eficientes, duras, contudo treinadas, educadas e militarmente organizadas.
2) Os guardas devem estar bem uniformizados e permanecer sempre atentos; seu tratamento para com os prisioneiros deve ser firme, mas não brutal. Os guardas nunca devem confraternizar com os prisioneiros. O emprego da força física deve ser evitado e as algemas só utilizadas quando necessário. As ordens devem ser dadas e cumpridas rápida e silenciosamente.
3) Logo que possível, depois da captura, os prisioneiros devem ser isolados; quanto mais um indivíduo for privado de ver seus camaradas, menos encorajamento e apoio moral poderá receber.
4) Os prisioneiros devem ser, cuidadosamente, revistados e deles retirados todos os seus documentos e equipamentos de valor informativo, principalmente qualquer coisa que sirva para ajudá-los a fugir. O equipamento, objetos pessoais e documentos retirados de um prisioneiro devem ser colocados em um receptáculo (ex.: saco de lona) apropriado e claramente registrado a quem pertence. Se for experimentada alguma dificuldade na obtenção do nome do preso, para este mister, cada um deles deve receber uma placa de identificação para usar no pescoço (ou pulso), com um número que será marcado em suas roupas e pertences; em alguns casos poderá o número ser pintado no corpo (testa, braço etc.) do prisioneiro. Isto pode ser feito com uma tinta indelével, como a violeta genciana. A distribuição ou a utilização indébita de qualquer pertence do preso é estritamente proibida.
5) Os prisioneiros não devem ter permissão para falar ou fumar, exceto nos interrogatórios, de acordo com as necessidades, e devem receber o mínio de água e alimentos, suficientes para conservá-los num razoável estado de saúde. Há, algumas vezes, uma tendência natural de sentir piedade de um prisioneiro com aparência infeliz e apavorada. isto deve ser evitado. (Os homens encarregados da guarda dos prisioneiros devem estar prevenidos e instruídos a respeito). O fato de que aquele indivíduo, em circunstâncias diferentes, poderia, prazeirosamente, enfiar uma faca nas costas de seu captor, deve ser lembrado constantemente.
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Seleção para Interrogatório
1) É possível que existam prisioneiros portadores de informações que se tornem sem valor, a menos que extraídas imediatamente. Quando confrontado com mais de um prisioneiro, o interrogado tem que decidir com qual começar e a ordem de interrogatório dos demais. (É um problema de seleção e de prioridades). isto pode ser feito através de um estudo, buscando responder às seguintes perguntas:
a) Quais prisioneiros parecem, mais provavelmente, possuir as informações desejadas?
b) Quais os prisioneiros que, mais facilmente, poderão proporcionálas?
2) Quem possui as informações desejadas? Normalmente, será o líder do grupo capturado. Esse indivíduo deve, por conseguinte, ser identificado o mais cedo possível. Os seguintes indícios podem dar uma boa indicação:
a) Está algum prisioneiro, nitidamente, tomando conta ou demonstrando qualquer senso de responsabilidade a respeito dos demais presos?
b) A revista propiciou algum documento que identifique o líder?
c) Os prisioneiros estão, instintivamente, procurando orientação ou a liderança de um deles?
d) Alguns dos prisioneiros estão mostrando qualquer emoção particularmente mais forte? As emoções, tais como agressividade, grosseria, medo e tentativa de congraçamento, têm sua razão de ser.
No momento da captura, podem ser valiosas para o interrogatório inicial, além do líder ou líderes, aqueles prisioneiros que mostrem uma liderança natural ou aqueles que demonstrem uma inteligência acima da média. Esta inteligência pode ser, normalmente, conhecida se for atentamente observado o prisioneiro, particularmente seu comportamento e reação ao cativeiro e a ambientes pouco familiares. O interrogador deve levar em conta a facilidade de comunicação lingüística, quando da seleção para interrogatório
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Preparação para Interrogatório
1) O interrogador deve considerar três aspectos distintos em sua preparação:
- a preparação do prisioneiro;
- a preparação de si mesmo; e
- a preparação do ambiente.
2) Preparação do prisioneiro. Este assunto já foi abordado quando descrevemos o tratamento que deve ser dado ao capturado. Deve, contudo, ser conservado em mente que tudo que for feito, inclusive o questionário inicial, é, em si mesmo, uma preparação para os interrogatórios detalhados posteriores.
3) Preparação de si mesmo. Este ponto é extremamente importante. O interrogador vai confrontar-se com o prisioneiro e é essencial que o impressione com um desempenho eficiente. Os seguintes aspectos devem ser considerados na preparação:
a) as informações necessárias devem estar perfeitamente conhecidas;
b) o interrogador deve atualizar-se, tanto quanto possível, nas informações conhecidas sobre o prisioneiro, tais como o seu nome, nome de guerra, lugares freqüentados, organizações a que pertenceu ou a que pertence, seus companheiros, etc.;
c) ele deve possuir uma relação das principais perguntas, para as quais se deseja resposta, e uma lista de perguntas auxiliares (ou casuais) e maneiras de iniciar uma conversação, de modo que nunca perca contato com o prisioneiro e não lhe faltem as palavras;
d) se há necessidade de intérprete, deve-se discutir com ele, previamente, o questionário a ser aplicado, de forma a permitir-lhe testar seu vocabulário e facilitar o trabalho de equipe. (Evidentemente, o intérprete deve ser da mais absoluta confiança);
e) um mapa ou carta da área deve estar disponível e com o necessário material para sua utilização;
f) deve ter uma caderneta de notas de folhas fixas, da qual as páginas não possam ser destacadas, e um lápis ou caneta em condições de uso.
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Métodos de interrogatório
1) Quando o interrogador não conhece muito do passado e das atividades de seu prisioneiro, pode ser conveniente, inicialmente, fazer perguntas simples, de forma que ele possa respondê-las razoavelmente, sem se comprometer; isto tem uma dupla vantagem:
a) encorajar o prisioneiro a falar; e
b) dar ao interrogador uma oportunidade para julgar as reações do prisioneiro e estudar seu caráter.
2) Apresentamos a seguir, muito genericamente, os quatro principais tipos de aproximação. O interrogador experimentado pode avaliar qual tipo de aproximação utilizará e, até, jogar uma contra a outra. Essas quatro forma de aproximação são:
a) Aproximação insensível, mecânica e fria. Esta requer que o interrogador mantenha seu questionário numa voz monótona, fria, dura e com grande regularidade. Deve mostrar-se implacável e rude, como uma máquina, e não demonstrar nenhuma emoção.
b) Aproximação ameaçadora. Para isto o interrogador baseia-se na ameaça e agressividade para fazer o paciente cooperar, seja pelo medo, ou por perder sua calma e, desta maneira, deixar cair sua guarda. Não deve haver violência física, mas o interrogador deve gritar, gesticular, ameaçar com gestos, insultar e usar de sarcasmo contra o prisioneiro.
c) A aproximação aparentemente tola. Este tipo de aproximação pode ser usado contra um prisioneiro que está falando, mas do qual se suspeita estar mentindo ou escondendo informações. O prisioneiro é levado, temporariamente, a crer que é mais esperto que o interrogador; isto lhe dá uma falsa confiança que pode, freqüentemente, conduzir à derrota total.
Relatórios
1) As informações urgentes devem ser transmitidas pelo sistema de comunicações, ou oralmente. Um relatório completo das informações obtidas e uma avaliação do prisioneiro devem ser enviados ao escalão superior, acompanhando o preso e seus pertences (ou mesmo antecipando-se a ele). Os relatórios devem seguir as NGA da área. (Os relatórios devem ser informativos e não do tipo “perguntado que, respondeu que”).
2) Deve ser tomado muito cuidado para evitar o risco de transmitir falsas informações ou falsas confirmações. Todos os relatórios de informações obtidos dos interrogatórios devem conter o nome e o codinome do paciente, e um relatório posterior deve fazer referência ao anterior.
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INTERROGATÓRIO DE CONTRA-INFORMAÇÃO (DE SUBVERSIVOS)
Introdução
1) O interrogatório é uma arte e não uma ciência. Não pode ser resumido a uma série de regras que garantam, à priori, o sucesso. O interrogatório é um confronto de personalidades. Pode começar como um conflito mas, se for bem sucedido, terminará como uma associação. O fator que decide o resultado de um interrogatório é a habilidade com que o interrogador domina o indivíduo, estabelecendo tal ascendência que ele se torne u cooperador submisso.
2) Uma agência de contra-informação não é um Tribunal da Justiça. Ela existe para obter informações sobre as possibilidades, métodos e intenções de grupos hostis ou subversivos, a fim de proteger o Estado contra seus ataques. Disso se conclui que objetivo de um interrogatório de subversivos não é fornecer dados para a Justiça Criminal processá-los; seu objetivo real é obter o máximo possível de informações. Para conseguir isto será necessário, freqüentemente, recorrer a métodos de interrogatório que, legalmente, constituem violência. É assaz importante que isso seja muito bem entendido por todos aqueles que lidam com o problema, para que o interrogador não venha a ser inquietado para observar as regras estritas do direito.
b. Definição e manutenção dos objetivos
Tipos de Prisioneiros
Três são os principais tipos de prisioneiros:
1) O Capturado. Preso após cometer um ato criminoso, ou em função de investigações. Ele, em geral, será extremamente resistente ao interrogatório. O problema será, inicialmente, fazê-lo falar e, em seguida, dizer a verdade.
2) O suspeito. Preso porque se conhece algo a seu respeito ou porque se suspeita que tenha feito alguma coisa. Nestas circunstâncias, ele pode tentar convencer os interrogadores de sua inocência e, portanto, falará, falará muito, contando uma estória tão perto da verdade quanto lhe for possível. Os subversivos são, normalmente, treinados e instruídos para contar uma ou várias estórias de cobertura. O problema será, então, descobrir as incoerências de sua estória e, confrontando o interrogado com elas, persuadi-lo a contar a verdade.
3) O desertor ou informante. O desertor falará mas, por necessidade, é um “vendedor” que tudo fará para aumentar suas oportunidades de começar nova vida. Ele poderá contar uma estória altamente fantasiosa e exagerada, mentindo deliberadamente. O problema será separar os fatos da fantasia e extrair uma estória verídica da massa de exageros e de detalhes irrelevantes.
Tipos de personalidades
Todos os indivíduos podem ser classificados em um dos quatro caracteres típicos e sua correta classificação é de primordial importância, pois orientará a seleção de indivíduos para interrogatório e determinará as mais adequadas técnicas a empregar. Os quatro tipos básicos são:
1) Fraco e inibido. É o escapista, que evita os conflitos mentais e emocionais; exige simpatia e encorajamento. Vive procurando amparo mental.
2) Sangüíneo. É o otimista alegre, falador e amigo de todos. Expressa suas emoções, mas sob controle.
3) Forte e excitável. É o tipo vaidoso e excitável, rápido em responder, que fala alto (quase trovejando) e tende a ser gabola.
4) Calmo e imperturbável. É o que demonstra pequenos sinais de emoção; permanece impassivo sob pressão e constitui-se o tipo mais duro para quebrar a resistência.
Planejamento e preparação
O interrogatório deve ser cuidadosamente planejado e preparado, com o fim de atingir o objetivo sem perda de tempo e de esforço. Todo interrogatório deve ser planejado e preparado levando em conta que cada humano é uma personalidade individual e singular. Um planejamento eficiente depende do levantamento acurado do caráter do paciente e do grau de resistência que ele provavelmente oporá. Os preparativos devem ser feitos no intuito de explorar, imediatamente, qualquer fraqueza revelada pelo paciente.

Técnicas
1) Os parágrafos seguintes tratam das quatro fases do interrogatório e das técnicas que podem ser, efetivamente, empregadas, em uma ou mais delas. Ainda que alguma das técnicas constituam violência perante a lei, nenhuma delas envolve torturas ou tratamento inadequado.
2) Além dos argumentos morais existentes contra o uso da tortura, ela, em si mesma, é uma técnica de interrogatório ineficiente. As informações extraídas dessa maneira raramente são verídicas e dignas de confiança. Resultados muito mais satisfatórios são obtidos quando o indivíduo é persuadido a não mais resistir e o interrogador conseguiu ascendência psicológica sobre ele. O paciente torna-se, então, um associado submisso, apto a ser perguntado sobre as informações que possui, havendo maior probabilidade de fornecer respostas verdadeiras.
Método
1) O planejamento e a preparação de um interrogatório começam antes da prisão do paciente. A escolha da hora e local da prisão constitui um passo
importante no método de interrogatório.
2) O método baseia-se em quatro fases, que formam a estrutura dentro da qual as várias técnicas de interrogatório podem ser introduzidas, com o fim de obter os mais rápidos resultados possíveis. As fases são:
a) Prisão e revista
b) O interrogatório inicial;
c) O interrogatório detalhado; e
d) A exploração.
As fases “a” e “b” constituem o processo preparatório; a fase “c” é o interrogatório propriamente dito, durante o qual o interrogador deve obter completa ascendência sobre o paciente;
a “d” é a fase final que ocorre quando o indivíduo deixou de resistir e, uma espécie de associação ou cooperação foi conseguida entre ele e seu interrogador; nesta fase deve-se extrair, com o máximo de pormenores, todas as informações que o indivíduo tem conhecimento. No entanto, é preciso sublinhar-se que, em várias circunstâncias, a fase “a” (prisão) não ocorre. Por exemplo, quando se trata de um informante ou quando um desertor se apresenta.

Interrogatório detalhado
1) A terceira fase do interrogatório constitui o conflito pessoal entre o interrogador e o indivíduo. É durante esta fase que a resistência do paciente deve ser vencida e, então, estabelecida uma completa ascendência do interrogador. De acordo com o plano de interrogatório, o interrogador usará uma, ou uma combinação das seguintes técnicas de interrogatório:
a) A aproximação rude. Visa a manter o choque causado pela prisão, criar confusão na mente e promover uma reação de medo ou de angústia.
b) A aproximação estúpida ou tola. O interrogador deliberadamente comete erros, induz o indivíduo a corrigir suas afirmações e, destarte, ao corrigilo, o paciente vai revelando outras informações.
c) A aproximação amistosa. O interrogador usa as maneiras de médicode- cabeceira. O indivíduo inclina-se, a responder, fornecendo assim as informações visadas.
d) A aproximação monótona. As mesmas perguntas são feitas várias vezes, sempre no mesmo tom monótono e sem vibração. A finalidade é induzir o indivíduo a responder uma ou mais das perguntas para quebrar a monotonia. Esse processo continua até que todas as perguntas sejam respondidas.
2) Cada aproximação comporta muitas variações que podem ser usadas com sucesso, durante o interrogatório. Freqüentemente, uma mudança súbita na aproximação poderá causar o necessário efeito de choque para desequilibrar o indivíduo, permitindo que o interrogador tome a iniciativa. No planejamento do interrogatório deverá ser decidido o tipo de aproximação a ser usado. Entretanto, ele deve ser flexível e sujeito a uma constante revisão.
3) Durante esta fase, a pressão sobre o indivíduo, no que concerne ao condicionamento e ao interrogatório, deve ser incessante. Não lhe deve ser permitido nada até que ele concorde em cooperar, a menos que seja parte do pano de interrogatório. Ao tornar-se evidente que o preso está enfraquecendo, a pressão deve ser intensificada e, logo que ele se entregue, deve ser comprometido de tal maneira que não mais possa voltar atrás.
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PSICODINÂMICA DO INTERROGATÓRIO
Generalidades
1) O interrogado é um indivíduo, pode ser homem ou mulher, de qualquer raça, cor ou credo.
2) O objetivo do interrogador é obter informações oportunas e dignas de confiança deste indivíduo e, para isso, deve primeiro quebrar-lhe a vontade de resistir.
3) O interrogatório não é um ato de espancamento ou de mentira. O interrogador deve planejar seu interrogatório com cuidado, de acordo com o
caráter e a personalidade de seu oponente e, em conseqüência, os métodos e técnicas de interrogatório devem ser utilizados corretamente.
Tipos de caráter
De acordo com a teoria de PAVLOV, há quatro tipos principais de caráter; eles podem, normalmente, sobrepor-se em graus variáveis.
São eles:
- Sangüíneos – normalmente extrovertido;
- Calmo e imperturbável – normalmente introvertido;
- Forte e excitável – neurótico extrovertido; e
- Fraco e inibido – neurótico introvertido
(Obs.: para maiores detalhes, ver item “5. f.”)
d. Pressões sobre um indivíduo
1) Quando um indivíduo está sendo submetido a interrogatório, alternadamente com confinamento e isolamento, ou outra forma, experimenta várias pressões mentais e físicas. O interrogador deve observar, constantemente, e explorar estas pressões, assim como as reações do indivíduo.
2) Exemplos destas pressões são os seguintes:
- necessidade de mantê-lo alerta;
- inatividade forçada;
- privação sexual;
- desejo de piedade;
- falta de orientação;
- evidências documentais;
- personalidade do interrogador;
- medo do desconhecido;
- mudança de expectativas;
- confinamento;
- alimentação na prisão;
- falta de sono e sonho;
- isolamento social;
- desconfiança de companheiros;
- falta de notícias;
- alívio através da cooperação;
- sentimento de fracasso;
- medo de punição;
- disciplina inesperada;
- falta de conforto; etc.
e. Resultados das pressões sobre um indivíduo
1) Como um resultado das pressões acima citadas, o indivíduo pode experimentar alguns, ou todos, dos seguintes sintomas:
- fadiga mental e física;
- desejo de simpatia;
- ânsia por alívio;
- aumento da consciência culpada;
- identificação;
- transferência; etc.
2) Neste estágio o indivíduo, por necessidade de conforto físico e mental, tornar-se-á cada vez mais dependente do interrogador. Uma eventual afinidade (ou intimidade) poderá ser estabelecida, e a vontade de resistir do indivíduo será anulada. Ele deverá, então, ser interrogado minuciosa e intensivamente.
f. Em seguida a este interrogatório completo o indivíduo poderá ser:
liberado, preso, ou recrutado para o serviço, como um agente, uma fonte de informes ou um auxiliar de interrogatório (informante introduzido na cela de um prisioneiro remitente), etc.
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INTERROGATÓRIO ATRAVÉS DE UM INTÉRPRETE

a. Generalidades
Nas operações militares e nas de segurança interna, haverá ocasiões
em que o interrogador, ou mesmo uma unidade de interrogatório, seja solicitado para inquirir um indivíduo que fale outra língua. Ele pode, entretanto, usar os serviços de um intérprete e, assim mesmo, é essencial que use aqueles serviços corretamente; se não o fizer, evidentemente, falhará na obtenção das informações que necessita.
b. Dois modos certos e um errado
1) O modo errado de usar intérprete é permitir-lhe que tome o controle
do interrogatório. Se isto ocorre, o interrogador perde o contato com o que está sendo discutido, tornando-se incapaz de saber se o que está sendo
eventualmente dito é uma informação fornecida pelo interrogado, ou se ela está misturada com a opinião do intérprete.
2) Os dois modos certos são:
a) O uso do intérprete como uma máquina lingüística, isto é: o interrogador faz as perguntas e o intérprete traduz, palavra por palavra; o indivíduo responde e o intérprete torna a traduzir, palavra por palavra. O interrogador que usa este método mantém um controle total do questionário e se coloca em evidência. Por outro lado, se o interrogador fala diretamente ao indivíduo, será capaz de projetar sua personalidade, mesmo que suas palavras necessitem tradução. Além disso, estará apto a sentir as reações do interrogado.
b) Usar o intérprete como um assistente do interrogador, isto é, permitir ao intérprete interrogar o indivíduo livremente, mas dentro de certos limites e fases, após o que, a informação obtida é traduzida. Assim, o interrogador pode autorizar o intérprete a obter o nome, a idade, o local de nascimento, a ocupação e endereço do indivíduo. Então, tendo recebido respostas satisfatórias, pode instruir o intérprete para obter detalhes das atividades do mesmo. Desta maneira, o interrogatório prossegue até que todas as informações tenham sido obtidas.
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CONCLUSÕES (Enxerto)
a. A experiência mundial tem demonstrado que o emprego de violência indiscriminada em interrogatório tem como conseqüências:

1) Do ponto de vista estratégico:
- não conduz a vitória definitiva embora, aparentemente, consiga neutralizar organizações subversiva;
- cria condições para campanhas internacionais dirigida contra as “torturas”, que vão sendo engrossadas, pouco a pouco, por “inocentes-úteis e humanistas”;
- produz grande desgaste político internacional;
- proporciona apoio psicológico e emulação aos grupos subversivos, estimulando-os no prosseguimento das ações;
- cria apoios internacionais de simpatizantes não comunistas, etc.

COMBATE A SUBVERSÃO E AO TERRORISMO E ELIMINAR CAUSAS E
CONSEQÜÊNCIAS DANOSAS AOS SEUS PAÍSES.

O processo apresentado neste documento é, acima de tudo, uma forma humana, consentânea com a mentalidade brasileira e com nossas tradições cristãs. É, entretanto, um método duro, frio e objetivo. Deve ser estudado com vistas a sua atualização e adaptação às nossas reis necessidades. É, sobretudo, um processo que visa a:
—destruir a resistência de um indivíduo obstinado, sem usar processos desumanos; e
—obter o máximo de informações úteis e verdadeiras, dentro do prazo mais curto possível.
d. Interrogar é uma ciência e como tal exige para sua consecução:
—homens capazes, inteligentes e experientes;
—instalações adequadas;
—atualização constante;
—paciência, persistência e pertinácia;
—conhecimentos especializados;
—inteligência acima da força bruta; e
—objetivos de informações definidos e prioritários.
ANEXO NO 1
FASES DO INTERROGATÓRIO EM OPERAÇÕES MILITARES
ANEXO NO 2
ORGANIZAÇÃO DE UMA UNIDADE DO SERVIÇO DE INTERROGATÓRIO DAS FFAA (USIFA)

ANEXO NO 3

FASES DO INTERROGATÓRIO EM OPERAÇÕES DE SEGURANÇA INTERNA
(1) Pode ser liberado após este estágio, ou ficar detido aguardando o processo criminal.
ANEXO NO 4
MÉTODOS INIMIGOS DE INTERROGATÓRIO E DOUTRINAÇÃO
INTRODUÇÃO
1. O inimigo freqüentemente combinará os processos de interrogatório e doutrinação. O que começa como um esforço diretamente dirigido para extrair informações militares pode transformar-se numa tentativa de conversão, por exemplo, para o Comunismo. A recíproca é igualmente verdadeira. É mais difícil enfrentar este processo combinado do que ao interrogatório militar comum. Os países não comunistas utilizam uma estruturação de interrogatório militar basicamente similar à dos países comunistas, embora não utilizem a parte referente à doutrinação política.
O PROCESSO DE INTERROGATÓRIO
2. Pesquisa. Nossos inimigos potenciais estão engajados num processo contínuo de pesquisa, reunindo informações sobre personalidades e organizações. O efeito da confrontação, de um prisioneiro despreparado, com um bom conhecimento de seu passado pode ser destruidor para o seu moral e, conseqüentemente, para a sua determinação.
3. Exibição de eficiência. Desde o momento da captura dos prisioneiros, e em todos os escalões, o inimigo tentará impressioná-los com a exibição de implacável eficiência militar.
4. Seleção. O inimigo empregará um processo de seleção para determinar a seqüência na qual serão interrogados os prisioneiros e, quando o mecanismo de interrogatório estiver saturado, para decidir quais prisioneiros serão interrogados. A seleção se baseará nos seguintes princípios:
a. Pessoal que provavelmente possui a informação necessária.
b. Pessoal que mais provavelmente divulgará esta informação.
O interrogatório inimigo se baseia na descoberta, e subseqüente exploração, das fraquezas humanas. Durante o processo de seleção será avaliado o caráter de todos os prisioneiros. Desta avaliação dependerá o tipo e a seqüência de técnicas aplicadas a cada prisioneiro.
5. Tipos de interrogatório. Os interrogadores variam consideravelmente na abordagem e na técnica. Muitos deles são também extremamente flexíveis. As técnicas de interrogatório podem, também, variar, consideravelmente, mas podem ser relacionadas aos seguintes tipos gerais:
a. Frio, persistente, impiedoso;
b. Arrogante e fanfarrão;
c. Aparentemente tolo; e
d. Gentil, simpático.
6. Meios auxiliares do interrogatório. O interrogador, além de grande variedade de técnicas, dispõe de muitos meios auxiliares materiais. Estes meios incluem:
a. Microfones;
b. Espelhos falsos; e
c. Elemento infiltrado na cela do prisioneiro.
7. O inimigo, considerando que os prisioneiros não desejarão de início cooperar com ele, tentará fazê-los mudar de ponto de vista por u processo de condicionamento. Este pode ser feito através do ambiente, por pressões físicas ou por ação direta em suas mentes.
8. Condicionamento através do ambiente. Pode ser aplicado por intermédio de:
a. Ambiente miserável e sórdido;
b. Instalações sanitárias inadequadas; e
c. Condições inadequadas de iluminação, aquecimento, ventilação, etc.
9. Condicionamento físico. Durante este condicionamento o prisioneiro pode ser sujeito a:
a. Tortura;
b. Desconforto físico a longo prazo, através da manutenção do prisioneiro amarrado, algemado, enjaulado ou, por longo período, de pé ou sentado, em posturas desconfortáveis; e
c. Privação: água, alimentos e cuidados médicos.
10. Condicionamento mental. A ação contra a mente pode incluir:
a. Privação de sono;
b. Interrogatório incessante;
c. Uso de sugestão;
d. Isolamento;
e. Inquietação e humilhação; e
f. Doutrinação.
11. A doutrinação pode ser aplicada individualmente ou em massa. A fase inicial do programa de doutrinação destina-se a destruir as lealdades e idéias estabelecidas no indivíduo, e lançar as sementes da dúvida em sua mente. Uma vez que o indivíduo se torne confuso, ser-lhe-á oferecida a ideologia comunista, numa forma especialmente atraente, como um meio de salvação.
12. Para alcançar o primeiro estágio, é necessário destruir a lealdade ao grupo. Isto é conseguido pela:
a. Abolição da disciplina e destruição da estrutura hierárquica militar normal;
b. Exploração das dissensões existentes; e
c. Criação de novas dissensões.
13. O próximo estágio é mudar a personalidade do indivíduo. Isto é alcançado por:
a. Criação de auto-repugnância ou complexo de culpa;
b. Condicionamento ou coação física; e
c. Expulsão do grupo pelos companheiros.
14. Métodos comunistas. O levantamento mais pormenorizado dos métodos comunistas de interrogatório e de estudos sobre casos militares de
interrogatório estão no anexo 9.

CONCLUSÃO
15. Os prisioneiro feitos por um inimigo nosso no futuro tem que aceitar, desde já, o fato de que provavelmente enfrentarão um sistema altamente sofisticado, independentemente de sua aparência. Através do condicionamento físico, mental e através do ambiente, e também pelo interrogatório e pela doutrinação, o inimigo visará a completa subjugação pessoal, militar e política de cada indivíduo.
ANEXO NO 5
MÉTODOS COMUNISTAS DE INTERROGATÓRIO E DOUTRINAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste anexo é rever os conhecimentos disponíveis sobre os métodos comunistas de tratamento de prisioneiros de guerra, uma vez que eles têm demonstrado maior amplitude em seus objetivos que todos os demais oponentes que temos enfrentado no passado. Os comunistas empregam todos os métodos conhecidos de interrogatório e doutrinação.
2. TRATAMENTO SOVIÉTICO DOS PRISIONEIROS DE GUERRA
ALEMÃES

a. Durante os primeiros estágios da invasão alemã da RÚSSIA, muitos milhares de prisioneiros alemães foram mortos, por ódio ou por conveniência.
Somente quando o curso da guerra voltou-se a favor da RÚSSIA foi que tornouse aparente a política soviética básica.
b. Os interrogatórios de militares eram realizados pelo Exército Soviético. Depois deste estágio, os prisioneiros de guerra passaram a ser controlados pelas forças de segurança interna, que os utilizavam para trabalhos forçados, doutrinação política e interrogatórios, com a finalidade de obter informações sobre seus países ou sobre seus companheiros presos. Os oficiais superiores eram submetidos a interrogatório e doutrinação especiais. O interrogatório, em todos os estágios, era normalmente conduzido à noite.
c. As condições gerais de vida e alimentação nos campos de trabalho forçado eram muito precárias. Medidas coercitivas eram aplicadas aos prisioneiros sob interrogatório e doutrinação, destacando-se as punições coletivas para erros individuais, a redução de rações e a brutalidade. Uma rede complexa de informantes era organizada com sucesso.

Fonte: